Descer para o litoral paulista nos anos 1920 não era algo muito rápido e nem tranquilo. A pista era sinuosa, estreita e acidentes especialmente em trechos de serra eram bastante comuns. Para alertar (e assustar) os motoristas que desciam para a baixada, a placa na foto abaixo deixava bem claro os riscos da imprudência ao volante em plena Serra do Mar na antiga rodovia São Paulo – Santos. A velocidade máxima por ali não podia ser ultrapassar 25 km/h.
[SP Antiga]
A 25km/h é realmente possível ler toda a placa.
Isso me lembra a história de uma das primeiras indústrias alemãs a se instalar na Itália: o gerente de produção afixou uma enorme placa numa cabine de energia elétrica, descrevendo, em detalhes, todos os procedimentos de segurança para se evitar acidentes, os quais seriam fatais se não cumpridos.
Os acidentes eram frequentes e a direção da indústria já pensava em dispendem um grande trabalho estrutural para transpor a cabine e demais instalações, quando um operário sugeriu que se mudasse a placa para outra, somente com os dizeres: "toccato morti", tocou morreu.
Por encanto, os acidentes acabaram quase que imediatamente. O gerente levou a boa nova para a matriz, que decidiu profilaticamente traduzir e introduzir o novo aviso em todas as suas fábricas na Alemanha. Estranhamente começaram a ocorrer acidentes elétricos nas cabines onde haviam trocado os dizeres pelos italianos.
Toda globalização tem seus limites. E geralmente estão mais visíveis nas línguas. O que nos faz pensar: as placas de trânsito pecam por falta ou por excesso?
Fonte da primeira foto: São Paulo Antiga
o termo "rodoviarismo careca" é um plágio descarado, travestido de homenagem, do termo usado pelo Prof. Dr. Lagonegro (FAU-USP). O termo careca faz alusão ao pneu careca, condição necessária para o desenvolvimento do rodoviarismo nos países pobres.
Nenhum comentário:
Postar um comentário